O
debate sobre um formato mais sustentável de viver foi o assunto
do segundo dia do IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental,
que ocorre até esta quarta-feira (21.05), no Centro de Eventos
do Hotel Plaza São Rafael. O dia no evento contou com apresentações
e defesas de diversas formas de geração de energia elétrica.
A forma de energia mais acessível e eficaz ainda não é
uma certeza. Porém, a necessidade de mudança nos padrões
brasileiros é evidente. De acordo com o diretor da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), Amilcar Guerreiro, existe um conflito de interesses
no desenvolvimento do país.
- Energia e meio ambiente são bens coletivos. Na Constituição
Federal, estão no mesmo nível e a gente não consegue
viver sem nenhum dos dois. Compete ao poder público defender e
preservar o meio ambiente. Muitas vezes os objetivos ficam conflitantes.
O consumo de energia está crescendo - destacou Amilcar Guerreiro.
O palestrante acredita que três fatores devem ser levados em conta
nesse debate: bem estar social, tecnologia e segurança energética.
Para fazer consolidação das três áreas é
preciso unir todos esses interesses achar soluções. Qualquer
atividade provoca impacto ambiental e o licenciamento ambiental deve ser
um filtro para o que é importante. Segundo coordenador de um dos
debates Ricardo Pigatto, a sociedade precisa tomar decisões sobre
o meio ambiente.
- Em 40 anos, a população mundial triplicou, enquanto o
consumo de energia aumentou em dez vezes. Os brasileiros consomem nove
vezes mais energia que os norte-americanos e os alemães, por exemplo
- afirmou Ricardo Pigatto.
O palestrante Gustavo Bastiani falou sobre a importância do carvão
na geração de energia elétrica.
- Na África do Sul, 93% da produção de energia é
derivada do carvão como base da sua matriz energética. No
Brasil, possuímos grande reserva de carvão, mas com pouca
utilização. Somos a 14ª maior reserva, mas apenas o
26º país em utilização. É um bem abundante
que não é valorizado por aqui. A maior parte do carvão
usado pela siderurgia brasileira é importada, pois nosso carvão
não segue o padrão necessário para a siderurgia -
ressaltou Gustavo Bastiani.
O gás natural foi o tema tratado pelo gerente de projetos, Lauro
Doniseti Bogniotti. Já o professor da Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Ricardo Ruther mostrou as vantagens da energia solar.
Ele apresentou casos de lugares que apostam nesta forma de geração
de energia para ajudar o meio ambiente.
- Estudo da UFSC mostra que no verão, quando temos muitos problemas
de fornecimento de energia elétrica, é quando o gerador
de energia solar mais capta energia. Aquele horário depois do almoço
que normalmente falta luz. O que é ótimo, pois a energia
captada consegue sustentar os períodos mais quentes, que é
quando utilizamos mais o ar condicionado, por exemplo - garantiu Ricardo
Ruther.
Pensando em uma vida sem a utilização de tanta energia,
o pesquisador e urbanista no Bureau Urbanism (BUUR), na Bélgica,
Adrian Hill, falou sobre as questões de mobilidade urbana. De acordo
com o especialista, cerca de 50% a 80% das cidades estão ocupadas
com veículos, espaços que poderiam ser mais bem aproveitados,
inclusive para o lazer. A qualidade de vida esteve em debate durante a
palestra de Adrian Hill.
- Não podemos resolver os problemas de hoje com o pensamento de
outros tempos. Precisamos pensa como será a mobilidade do futuro.
Precisamos pensar no que é qualidade de vida e encontrar uma solução
que fique entre a mobilidade e o espaço das cidades - relatou Adrian
Hill.
Coordenadora do IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental,
Jussara Kalil Pires destacou que existem várias maneiras de planejar
uma cidade, utilizando energia sustentável ou diminuindo a necessidade
de tanta energia. Porém, alguma decisão precisa ser tomada
nesta questão.
- Podemos construir uma cidade que utilize bem a energia e isso resulte
em qualidade de vida. Ou podemos pensar em uma cidade que não necessite
de tanta energia para essa qualidade de vida. Podemos pensar outra forma
de cidade. Porém, vamos pensar nisso quando for praticamente impossível
morar e circular em nossa cidade - definiu Jussara Kalil Pires.
O IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental - Energia e
Ambiente acontece no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael
e é realizado através de parceria entre a ABES-RS, PUCRS
e Faculdade de Engenharia da PUCRS, com a co-realização
da Metroplan, da Fepam, da UFRGS e do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Outras informações
podem ser obtidas no site www.abes-rs.org.br/qualidade2014 |
Mariana da Rosa
Ricardo Ruther debate
sobre a energia solar
Mariana da Rosa
Adrian Hill falou sobre
as questões de mobilidade urbana
Mariana da Rosa
Gustavo Bastiani falou
sobre a importância do carvão
Mariana da Rosa
Jussara Kalil Pires
fala sobre o meio ambiente
Mariana da Rosa
SImpósio Internacional
de Qualidade Ambiental
Mariana da Rosa
Amilcar Guerreiro fala
sobre energia elétrica e desenvolvimento
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