Especialistas mostram como gerar e consumir energia de forma consciente
IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental encerrou nesta quarta-feira (21/05) no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael

Gerar energia limpa e consumir de forma consciente foram temas centrais do último dia do IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental realizado no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.

A Biodigestão entrou com força no Brasil na década de 90, mas por pouco investimento acabou sendo deixada de lado. Diante de uma nova realidade na qual as usinas hidrelétricas começam a enfrentar dificuldade com escassez de produção para demanda, a Biodigestão volta a ser percebida com um olhar diferenciado.

O assunto foi trazido pela palestrante engenheira civil da Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, e consultora da GIZ - Agência de implementação da cooperação alemã para o desenvolvimento, Christiane Pereira Dias. Segundo ela o Brasil possui um cenário semelhante a todos os outros países da América Latina, mas fica ainda muito distante do que é desenvolvido na Europa. No Brasil, durante a década de 90, houve um fomento grande para o Biodiesel a partir da agropecuária buscando geração de créditos de Carbono, fundamentalmente na região sul. Elas entraram em operação, mas não tiveram continuidade por falta de capacidade técnica e pouca disponibilidade de equipamentos de manutenção e peças de reposição.

- A grande maioria das plantas foi encerrada ou estão operando gerando algum tipo de biogás, mas sem a recuperação energética. Tivemos um ápice de desenvolvimento e depois uma estagnação completa a partir dos anos 2000. Porém com todas essas novas questões em relação a mudanças climáticas e preservação de recursos naturais, isso tem garantido um movimento do próprio Governo Federal de fomentar novamente esses projetos de Biodigestão - disse.

A Biodigestão é um processo de decomposição biológica das frações orgânicas num ambiente sem oxigênio. Com isso se gera o metano que pode ser valorizado e empregado na forma de energia elétrica ou na condição de gás alternativo. Diferente do que muitos pensam a Biodigestão não depende exclusivamente de uma eficiente coleta seletiva do lixo.

- Existem plantas que trabalham com coleta seletiva de orgânicos e outras principalmente na Europa com resíduos mistos. A diferença é que no caso de resíduos separados há uma demanda menor de preparo mecânico. No segundo sistema, esse material exige que a planta acrescente novos aparelhos mecânicos - explicou Christiane.

A maioria das plantas atuais está localizada no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Em São Paulo existem unidades, porém com foco na geração a partir de esgoto. A novidade são 5 grandes plantas que estão contratadas para São Paulo e que irão entrar em operação em breve. Além disso, uma chamada de pesquisa prevê investimentos de R$ 330 milhões em pesquisa para 16 projetos na área.

O GNVerde Biometano, combustível sustentável produzido no Rio Grande do Sul através de um projeto da Sulgás, foi apresentado aos participantes pelo coordenador de novos negócios e tecnologias GNVerde, Charles de Souza Netto. A alternativa de tratamento térmico de resíduos foi tema da palestra do diretor de desenvolvimento de negócios da Foxx Haztec Soluções Ambientais Completas, Alexandre Citvaras.

O evento também apresentou a palestra Construções Sustentáveis e Eficiência Energética, com a apresentação do coordenador do projeto de Implantação do Centro Brasileiro de Eficiência Energética em Edificações, Roberto Lamberts.

- Uma das experiências mais interessantes é pensar o conforto térmico na relação coletivo ou individual. Existem experimentos que mostram que é possível gerar conforto térmico em geral na temperatura de 17 graus Celsius a 25 graus Celsius. Variações acima ou abaixo disso devem ser individuais, por exemplo, com um aquecimento da poltrona ou um aquecimento para os pés - explicou.

A palestra apresentou um resumo do cenário brasileiro em relação ao consumo de energia elétrica. A indústria representa a maior faixa de consumo representando 37% do total. No uso residencial, a preocupação maior é com os sistemas de climatização HVAC, que respondem por 20% do que é gasto em uma residência.

O licenciamento ambiental no Setor Elétrico também foi pauta do encontro. O Presidente da FEPAM-RS, Nilvo Luiz Alves da Silva ressaltou ações que precisam ser implantadas para tornar o licenciamento ambiental mais efetivo.

- O licenciamento ambiental precisa ter um significado verdadeiro de proteção ambiental e não só ser um trâmite burocrático a ser vencido. Defendo que para isso é preciso ir além das discussões pura e simplesmente do licenciamento. Precisamos abrir e qualificar a discussão de planejamento do setor elétrico e acabar com uma irracionalidade que vemos constantemente nos jornais. Os investimentos são feitos em bilhões de Reais em grandes projetos e não acontece o investimento, sequer parecido, em melhorias da capacidade de atendimento dos órgãos ambientais - declarou.

O presidente do IBAMA, Volney Zanardi Junior ressaltou avanços importantes que estão sendo feitos.

- Graças uma resolução recente conseguimos resolver problemas históricos de competências entre as esferas de governo. Além disso, trabalhamos na especialização de normas de licenciamento ambiental porque muitas vezes há problemas de interesses e muita pressão - disse.

O Brasil possui 827 licenças ambientais em curso. O que mais chama a atenção é o número de pessoas envolvidas em audiências públicas totalizando 12.400 participantes, segundo balanço do ano de 2013.

O IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental - Energia e Ambiente foi realizado no Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael e é realizado através de parceria entre a ABES-RS, PUCRS e Faculdade de Engenharia da PUCRS, com a co-realização da Metroplan, da Fepam, da UFRGS e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.

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Mesa de discussão sobre licenciamento ambiental

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Presidente da Fepam/RS Nilvo Silva

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Presidente do IBAMA, Volney Zanardi Junior

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Mudanças climáticas estiveram em pauta

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Roberto Lamberts falou sobre construções sustentáveis

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Palestrante exibiu cases de residências que são modelo em consumo consciente

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Evento realizado em Porto Alegre

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Palestrante Christiane Pereira Dias falou sobre Biodigestão

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Apresentação de trabalhos técnicos

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Exibição de cases de sucesso com plástico
            

Prêmio José Lutzenberger de Jornalismo Ambiental:
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do RS (ABES-RS), em parceria com a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e promovem ainda o Prêmio José Lutzenberger de Jornalismo Ambiental. A premiação é dividida em seis categorias e contará com prêmios de até R$ 5 mil. Os participantes podem ser profissionais da imprensa gaúcha e estudantes de jornalismo. O prêmio deve valorizar reportagens que informem sobre iniciativas bem-sucedidas sobre a preservação e saneamento ambiental desenvolvidas em território gaúcho. Outras informações podem ser obtidas em www.premiojornalismoambiental.com.br

Serviço:
IX Simpósio Internacional de Qualidade Ambiental - Energia e Ambiente
Local: Centro de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, localizado na Avenida Alberto Bins, 514 - Centro Historico, Porto Alegre.
Data: 19, 20 e 21 de maio de 2014
Inscrições: www.abes-rs.org.br/qualidade2014

Informações para a Imprensa:
Sobre a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
A ABES é uma organização não governamental, fundada em 1966, com o objetivo de desenvolver e aperfeiçoar as atividades relacionadas com a Engenharia Sanitária e Meio Ambiente, e fomentar a consciência social e as ações que atendam às demandas de conservação e melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida da sociedade brasileira. Dispõe de uma sede nacional localizada no Rio de Janeiro com representação nas 27 Unidades da Federação através de suas Seccionais e Sub-Seccionais. A seção estadual do Rio Grande do Sul conta com a presidência de Darci Barnech Campani.

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Redação: Marcelo Matusiak
Coordenação: Marcelo Matusiak