Se
a Copa do Mundo fosse uma competição que levasse em consideração
as condições de saneamento básico, o Brasil não
passaria da fase de grupos. Esta é a constatação
de um levantamento realizado pela ABES - Associação Brasileira
de Engenharia Sanitária e Ambiental, comparando as condições
sanitárias entre todos os países que participarão
do mundial, a partir de 12 de junho, tal qual estão dispostos na
tabela da Copa. O estudo foi feito com base em dados do Programa de Monitoramento
Conjunto para o abastecimento de água e saneamento - UNICEF e Organização
Mundial da Saúde (OMS) - (*Joint Monitoring Programme* - JMP -
(http://www.wssinfo.org/),
dos Objetivos do Milênio (http://www.un.org/millenniumgoals/)
e da Organização Mundial da Saúde (http://www.who.int/water_sanitation_health/mdg1/en/).
O Brasil, apesar de obter um índice de 81,3% na combinação
de fatores que classificam como satisfatórias as condições
sanitárias de um país, de acordo com estes órgãos,
fica abaixo de dois países do grupo A: Croácia (98,2%) e
México (85,3%), só ganhando de Camarões (45,2%.).
Por isso, não avança para as oitavas de final. Na Copa do
Saneamento, Alemanha levantaria a taça. Em segundo lugar viria
a França, em terceiro, a Holanda e em quarto, a Austrália.
O JMP considera satisfatórias as condições de saneamento
a partir de um conjunto de itens, como:
*Água:* ligações domiciliares, Poços Artesianos,
Captação, armazenamento e utilização de água
da chuva, dentre outros;
E para o *Saneamento:* a existência de vaso sanitário, sistema
de coleta de esgoto (coleta, bombeamento, tratamento e disposição
final adequada) e fossa séptica, entre outros.
No Brasil, 93% da população urbana têm acesso à
água tratada, mas apenas 56% têm acesso à rede coletora
de esgoto. No que se refere ao tratamento de esgoto, apenas 69% do esgoto
coletado recebe tratamento (dados do SNIS-2012).
De outra perspectiva dessa situação: 32 milhões de
brasileiros não têm acesso adequado ao abastecimento de água
(rede geral de abastecimento), 85 milhões de brasileiros não
têm acesso adequado ao esgotamento sanitário (rede coletora
nas zonas urbanas e rede coletora ou fossa séptica nas zonas rurais),
134 milhões não têm os esgotos de suas casas tratados
e 6,6 milhões não têm nem sequer banheiro.
Além disso, a cobertura de saneamento é muito heterogênea
no País. De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informações
sobre Saneamento (SNIS, 2012), as únicas unidades da federação
com mais de 70% dos domicílios urbanos atendidos em coleta de esgotos
são Distrito Federal, São Paulo e Minas Gerais. As menores
coberturas são Amapá, Pará Rondônia e Piauí.
“Temos que ressaltar que houve avanços no setor, como a Lei
de Saneamento, a Política Nacional de Resíduos Sólidos
e o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), que deixam mais
claros os desafios da universalização. Mas há metas
estabelecidas difíceis de alcançar e dificuldade dos municípios
e estados brasileiros em avançar no saneamento. Por isso é
muito importante que estados e municípios reconheçam que
têm participação fundamental no avanço do setor
no Brasil, tanto quanto o Governo Federal, ou seja, temos que jogar como
um time”, afirma o presidente da ABES, Dante Ragazzi Pauli. |
Tabela da Copa
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