Passados os jogos da Copa do Mundo, as cidades-sede do mundial ainda discutem os legados deixados pelo mundial. No Rio Grande do Sul, os projetos de meio ambiente e sustentabilidade, pensados durante a preparação do evento, estão entre os destaques do que ficarão para os gaúchos. O assunto foi tratado na manhã de quinta-feira (18.09), durante evento preparatório ao II Simpósio Nacional sobre Gestão Ambiental de Empreendimentos Turísticos, que ocorreu no Hotel Vila Ventura Ecoresort, em Viamão. O encontro foi realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) seção Rio Grande do Sul.

- O legado da Copa do Mundo não é um pacote de peixe que podemos entregar para os cidadãos. Pode até ser seja assim com viadutos, que são visíveis. Porém, no meio ambiente, se não houver continuação no trabalho, desenvolvido desde 2010, os projetos serão perdidos. O que será feito com todo material da Copa? O comitê e o trabalho se desfazem com o final da Copa. O material que está lá, que é técnico e de processo de trabalho, tem que estar à disposição depois do mundial para quem quiser - ressaltou a coordenadora de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Secretaria Geral da Copa (Secopa RS), Angela Bacchieri Duarte.

A palestrante falou sobre os projetos sustentáveis realizados durante o período preparatório para a Copa do Mundo. Segundo Angela Bacchieri Duarte, idealizar um evento como um mundial é muito diferente do que imaginar torneios esportivos menores, como jogos da Copa Libertadores, por exemplo.

- Três locais da Copa do Mundo no estado tiveram projetos sustentáveis muito importantes. O estádio Beira-Rio, a Arena do Grêmio e o Hotel Vila Ventura têm construções sustentáveis. O turismo também é um legado do mundial, pois muitos turistas visitaram locais com histórico sustentável no estado - garantiu.

Proprietário do Hotel Vila Ventura, Samuel da Silveira falou para o público presente no encontro sobre o modelo de sustentabilidade que o estabelecimento trabalha. O empresário também relatou como foi receber uma seleção durante a Copa do Mundo e como o hotel se preparou para este evento.

- A decisão de participar da Copa do Mundo começou há cinco anos. A FIFA nos mostrou imagens da Copa da Alemanha, mostraram exemplos de pequenas cidades que receberam o mundial de alguma forma e deu para perceber como a competição seria importante para a cidade. Durante a Copa, jornais do mundo todo mostraram a praça de Viamão com mais de 10mil pessoas para receber a seleção do Equador, que ficou 18 dias aqui. Foi uma experiência fantástica - disse.

O superintendente da Região Metropolitana da Corsan, Alexandre Silva apresentou o trabalho da empresa na preocupação com o meio ambiente e o saneamento no estado.

- Até 2015, a Corsan vai investir R$ 2 bilhões em saneamento. Dizem os estudiosos que o estado necessitaria de R$ 12 bilhões, mas nós precisamos começar por algum lugar. Já temos projeto para captar mais R$ 1 bilhão no próximo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal - salientou Alexandre Silva.

Apesar de trabalhar especificamente com tratamento de água e esgoto, Alexandre Silva lembrou que a Corsan está com um projeto para tratar de resíduos sólidos. A ideia está em fase de manifestação de interesse.

- As cidades de Alvorada e Viamão receberam mais de R$ 300 milhões em investimentos em saneamento. Nós da Corsan tratamos água e esgoto, mas sabemos a necessidade das cidades em resolver alguns problemas e a importância da qualidade de vida para as pessoas - finalizou.

Ao final do evento, os presentes participaram de um roteiro turístico no Hotel Vila Ventura. A atividade faz parte da programação preparatória ao II Simpósio Nacional sobre Gestão Ambiental de Empreendimentos Turísticos, que acontecerá em 2015. A atividade foi realizada pela Abes-RS com apoio da Corsan; Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

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Sobre a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
A ABES é uma organização não governamental, fundada em 1966, com o objetivo de desenvolver e aperfeiçoar as atividades relacionadas com a Engenharia Sanitária e Meio Ambiente, e fomentar a consciência social e as ações que atendam às demandas de conservação e melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida da sociedade brasileira. Dispõe de uma sede nacional localizada no Rio de Janeiro com representação nas 27 Unidades da Federação através de suas Seccionais e Sub-Seccionais. A seção estadual do Rio Grande do Sul conta com a presidência de Darci Barnech Campani.

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