Resíduos sólidos é tema de atividade promovida pela Abes-RS
Encontro reuniu palestrantes especializados da área

O aproveitamento energético de resíduos sólidos foi o assunto do Ciclo de Palestras Saneamento e Ambiente: Encontro da Engenharia que faz parte das atividades comemorativas do "Diadesol - Dia Interamericano de Limpeza e Cidadania". O evento promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental seção Rio Grande do Sul (Abes-RS) em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS) ocorreu na quinta-feira (18/09) e teve especialistas abordando e debatendo o assunto.

No primeiro momento o professor da Universidade de Caxias do Sul, Geraldo Antônio Reichert, abordou as tecnologias de tratamento de resíduos sólidos e as implicações energéticas. Destacou que o grande desafio a enfrentar é diminuir a quantidade de resíduos sólidos, além de escolher corretamente a tecnologias mais apropriada para o tratamento dos resíduos gerados.

- Diferentes tecnologias podem ser aplicadas no tratamento de resíduos. Outras ainda estão em desenvolvimento, tanto para tratamento de resíduos sólidos urbanos quanto industriais - afirma Geraldo Reichert.

As técnicas mais utilizadas no país são o aterro sanitário, a compostagem e a reciclagem. No entanto, 60% dos municípios do Brasil não possuem nem sequer aterro sanitário. Atualmente, países como Suíça, Holanda e Alemanha conseguiram minimizar o envio de resíduos para aterro sanitário (menos de 10%), sendo que as tecnologias mais utilizadas para alcançar esta meta são a reciclagem, a biodigestão, a compostagem e a incineração de rejeitos, com cerca de um terço para cada uma dessas tecnologias.

Para avaliar qual a melhor tecnologia para ser usada no tratamento dos resíduos é preciso analisar a viabilidade técnica e operacional, aspectos ambientais, custos e questões sociais. Geraldo Reichert afirma que não existe só uma tecnologia para resolver o problema. Na realidade, existe espaço para diferentes tecnologias serem utilizadas conjuntamente, dentro do conceito de gerenciamento integrado.

O diretor de Controle e Licenciamento Ambiental da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB, Aruntho Savastano Neto tratou do licenciamento ambiental de unidades de aproveitamento energético de resíduos tendo por base os marcos regulatórios da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Aruntho Neto afirma que a gestão inadequada de resíduos sólidos é um problema de caráter social, ambiental e econômico.

O Munícipio de São Paulo gera diariamente cerca de 13 mil toneladas de resíduos urbanos que são direcionados a dois aterros sanitários, que pela avaliação da CETESB atingem nota 9,5 de 10, estando adequados para uso.

- Mesmo sabendo que aterro é uma forma de disposição adequada, ela apresenta riscos de poluição e contaminação - conta Aruntho Neto.

A questão da hierarquização dos resíduos previstos na Política Nacional também foi um tema levantado pelo palestrante que considera muito importante pelo fato de envolver questões de caráter de economia e sustentabilidade.

O pós graduado em tecnologia e utilização do Gás Natural, Pablo Zamonsky, da empresa Aborgama, abordou o aproveitamento energético dos resíduos sólidos em Maldonado, no Uruguai. A Aborgama exercia a reciclagem e compostagem dos resíduos sólidos urbanos da cidade de Maldonado e vem operando desde os anos 1990 os aterros sanitários de Maldonado e Montevidéu. Em ambos os aterros, a empresa vem gerando energia elétrica a partir do biogás gerado nos aterros. Pablo Zamonsky afirma que são muitos os fatores que afetam a viabilidade de projeto de aproveitamento energético do biogás de aterros, como a idade do aterro, a forma de disposição e operação, e especialmente, a existência ou não de incentivos econômicos para a comercialização dessa energia, por meio do pagamento de uma tarifa mais elevada para energia de biogás de aterros.

Este ano a Abes-RS programou atividades para cada mês com a temática do encontro sendo relacionada a datas comemorativas instituídas pela Organização Pan Americana da Saúde e Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental. O evento de agosto abordou inspeção veicular, qualidade e monitoramento do ar, marcando o Dia Interamericano da Qualidade do Ar. O evento de setembro integrou a comemoração do Dia Interamericano de Limpeza e Cidadania - Diadesol e em outubro a programação será parte da Semana Interamericana da Água.

Júlia Resende
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Pós graduado em tecnologia e utilização do Gás Natural, Pablo Zamonsky

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Diretor de Controle e Licenciamento Ambiental da CETESB, Aruntho Savastano

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Presidente da Abes-RS, Darci Campani

         

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Sobre a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
A ABES é uma organização não governamental, fundada em 1966, com o objetivo de desenvolver e aperfeiçoar as atividades relacionadas com a Engenharia Sanitária e Meio Ambiente, e fomentar a consciência social e as ações que atendam às demandas de conservação e melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida da sociedade brasileira. Dispõe de uma sede nacional localizada no Rio de Janeiro com representação nas 27 Unidades da Federação através de suas Seccionais e Sub-Seccionais. A seção estadual do Rio Grande do Sul conta com a presidência de Darci Barnech Campani.

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